sábado, 15 de dezembro de 2012

Dois Irmãos, de Milton Hatoum

Todo ano quando a Câmara Brasileira do Livro divulga a lista dos ganhadores do Prêmio Jabuti, uma espécie de "Oscar" da literatura brasileira, com um lápis na mão e um caderninho ao lado, anoto, nas muitas categorias que me interessam, como o nome das obras, dos autores e das editoras ganhadoras.

Está claro que há muito tempo o Jabuti deixou de ser uma referência das obras que possuem qualidade ou não dentro da literatura brasileira, mas acredito que ele nos oferece um ponto de partida para termos contato com obras que possuem, no mínimo, uma boa qualidade literária.

Uma dessas obras que eu anotei lá atrás e somente agora tive tempo de lê-la, foi a obra Dois Irmãos (Ed. Companhia das Letras), do escritor amazonense Milton Hatoum, premiada com o Prêmio Jabuti de melhor romance em 2001.

Fonte: http://gorpacult.blogspot.com.br/2012/09/dois-irmaos-milton-hatoum.html

O livro narra a história da família de Zana e Halim, filhos de imigrantes libaneses que foram, no início do século XX, morar em Manaus. Mas o que o livro foca não é somente a história do casal, mas sim a dos seus dois filhos gêmeos: Omar e Yaqub, com personalidades completamente diferentes e é isso que o autor vai explorar muito bem ao longo do livro. Por questão de segundos Yaqub nasceu primeiro do que Omar, ficando o último, com o título de Caçula e foi justamente esse o seu apelido.

A história é contada em primeira pessoa por um personagem que somente terá o seu nome revelado nos últimos capítulos. Ele, sendo filho de Domingas - uma índia que trabalhava como empregada na casa - acompanhou todos os acontecimentos que ocorreram na família, principalmente o conflito entre Yaqub, o filho estudioso e responsável e Omar, o mulherengo, aproveitador, bagunceiro e que gostava de festas e atividades ilícitas. Esse conflito, muito bem retratado pelo autor ao longo de doze capítulos, que leva a decadência da família.

O autor não conta a história de forma linear, ele faz o uso de flashback, um diálogo com o presente e o passado. A linguagem usada é simples e acessível. Frases curtas imprimem no texto um ritmo intenso tornando a história dinâmica. Isso faz com que cada cena ocorra rapidamente sendo trocada logo em seguida por outra. Esse artifício deixa o leitor preso na narrativa na ansiedade dele verificar o que ocorrerá em seguida com um personagem ou como será o fim de uma situação.

O que me chamou a atenção foi o poder de descrição do autor. Há uma riqueza de detalhes em cada cena, que leva o leitor, enquanto lê, a criar em sua mente a imagem dos ambientes e situações tão bem descritas pelo autor. Pesquisando na internet,  logo essas imagens sairão das cabeças dos leitores e estamparão a tela televisão, pois a Rede Globo pretende transformar o livro de Hatoum numa minissérie, que contará com nada mais nada menos, com o ator Wagner Moura, interpretando um dos gêmeos.

Dois Irmãos é um drama que me emocionou do começo ao fim. É interessante lermos a história de uma família, desde a sua formação até a sua decadência. Acabamos por nos tornamos íntimos dos personagens. Analisamos os conflitos, refletimos sobre as escolhas de cada membro, comemoramos os sucessos obtidos e choramos as derrotas conquistadas. Somente um livro bem escrito como esse tem guarda o poder de nos tornarmos membros de uma família que não é a nossa.

sábado, 8 de dezembro de 2012

E-book "1º Concurso Cultural Cranik"



Recentemente o escritor paulistano Ademir Pascale, promoveu o 1º Concurso Cultural Cranik, que recebeu mais de 80 contos, sendo que desses, somente 11 foram selecionados para comporem um livro em formato digital.

Já está disponível o e-book que reúne os 11 contos fantásticos (terror, fantasia e ficção científica) selecionados no Concurso.

Tive a alegria de conquistar a 6ª colocação com o conto de ficção científica "A Mente Eterna", que narra a história de Kevin, um cientista que descobriu que tinha uma doença degenerativa. Com a iminência do seu fim, iniciou um projeto para transferir a sua mente para um robô. Isso seria uma possibilidade de vencer a morte e continuar ao lado da sua esposa, mas ele guardava outras intenções não tão nobres com o revolucionário projeto.

O livro está disponível de forma gratuita. Para fazer o download, clique aqui.

Espero que gostem do livro e, principalmente do meu conto.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Entrevista concedida para o site "Sombrias Escrituras"

Conforme postagem anterior, no dia 24 de novembro ocorreu na Livraria Devir, em São Paulo, o lançamento do livro "Sombrias Escrituras - Vol. 1", publicado pela Editora Literata e organizado pelo escritor Sr. Arcano, pseudônimo do escritor carioca Alexandre Souza.

Na ocasião, concedi uma pequena entrevista para o site Sombrias Escrituras, aonde tive a oportunidade de contar um pouco sobre o processo de escrita do meu conto "Boa Noite, Charles", presente no livro. Confira abaixo:


Vale lembrar que o livro já está a venda com frete grátis para todo o Brasil. Para comprá-lo, clique aqui.

domingo, 25 de novembro de 2012

Lançamento da antologia "Sombrias Escrituras - Vol. 1"

Enquanto ainda não terminei de escrever o meu primeiro livro solo, tenho a satisfação de vários contos meus serem selecionados para antologias, na sua maior parte, de literatura fantástica (terror, ficção científica e fantasia).

Tenho o prazer de participar de seis antologias, sendo duas, fruto da conquista de dois importantes e concorridos concursos literários. Um foi promovido pela Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo e a outra pela Secretaria da Cultura do Município de Embu das Artes. Ambas eu obtive a 3ª colocação com contos de cunho histórico, um sobre o bairro do Jaguaré, onde resido atualmente e o outro, sobre a história do município de Embu das Artes, que fica na Região Metropolitana de São Paulo.

Hoje eu tive novamente o prazer de lançar mais uma antologia de contos de terror. O meu conto "Boa Noite, Charles" foi selecionado num universo de mais de 500 contos submetidos ao organizador do livro, o escritor Alexandre Souza, mais conhecido como Sr. Arcano. Portanto, os leitores encontrarão no livro quinze textos de boa qualidade literária.

Para quem quiser adquiri-lo, clique aqui. Envio para todo o Brasil com frete grátis e marcador de página oficial do livro. 


Segue abaixo as fotos do evento de lançamento do livro, ocorrido na Livraria Devir, localizada no bairro do Cambuci:

Mais uma antologia de terror
Ao lado do Sr. Arcano, escritor e organizador da antologia
Com o amigo, também escritor, Bruno Anselmi Matangrano

sábado, 24 de novembro de 2012

A geografia dos eleitos com canudos

Enquanto geógrafo fico satisfeito ao abrir um jornal ou revista e ver numa matéria a utilização de um mapa. A cartografia, considerada ciência para alguns e arte para outros, é a linguagem do geógrafo, é a linguagem, por excelência, da ciência geográfica. Mas ainda bem que isso não dá o direito dela ser exclusiva da geografia, pois a produção de mapas ficaria bastante comprometida, pois observo que a maioria dos estudantes de geografia, os pesquisadores, os professores e os geógrafos têm uma espécie de medo ao trabalhar com cartografia. Daí a produção de poucos mapas por parte dos geógrafos. Justamente esse assunto foi discutido na penúltima mesa-redonda da IX Semana de Geografia da USP, realizada em 17/10.

Portanto, outras áreas acabam por desenvolver mapas, tais como os arquitetos, jornalistas, economistas, engenheiros, enfim, uma gama de profissionais que enxergaram nessa linguagem geográfica a possibilidade da utilização do mapa para mostrar a distribuição dos mais variados fenômenos.

No dia 19 de novembro, o jornal Valor Econômico publicou um mapa que mostra onde estarão os prefeitos no Brasil que possuem diploma de ensino superior. Os dados para a montagem do mapa foram retirados pelo Valor Data a partir de informações do TSE. Vale salientar que os dados de profissão e escolaridade daqueles que foram eleitos baseiam-se somente em autodeclaração, carecendo, assim, de comprovação.

Pelos dados apresentados, a safra de prefeitos que tomarão posse no dia 1 de janeiro de 2013 será a mais escolarizada dos últimos anos. Segundo o Valor Econômico, "cerca de metade dos eleitos (48,9%) conta com o ensino superior completo, maior índice já registrado". Para se ter uma ideia da evolução, em 2000, apenas 37,6% dos prefeitos tinham diploma superior. Em 2004, esse índice subiu para 40,8 e em 2008, para 43,9%.

Segundo o mesmo jornal, "é um forte aumento, ainda que os 48,9% de prefeitos diplomados ainda estejam bem longe da média dos deputados federais (78,7%), senadores (81,5%) e governadores (85,2%) eleitos em 2010. Por outro lado, a proporção de prefeitos com formação superior varia muito por Estado: das mais altas em São Paulo (60,9%) e Mato Grosso do Sul (65,8%), às mais baixas, no Amapá (31,2%) e Amazonas (32,2%)".

Esperamos que essa melhora na formação de nossos futuros gestores venha acompanhada de uma melhor administração de nossas cidades e no melhor uso do dinheiro público, porque até o momento, aqueles que já estão no poder e possuem diploma de ensino superior, tem demonstrado que isso não tem feito muita diferença na vida dos brasileiros pela existência, por exemplo, de casos de corrupção, carência de serviços básicos para a população e leis incoerentes frente às necessidades brasileiras.

Veja abaixo a geografia dos eleitos com diploma superior:

Fonte: Jornal Valor Econômico, edição de 19/11/2012, Página A9

sábado, 17 de novembro de 2012

1º Encontro de Literatura Para a Juventude do Litoral Sul

Conheci a escritora Georgette Silen por conta do livro UFO - Contos Não Identificados. Na ocasião, ela foi a organizadora da antologia que teve a minha participação com o conto "Sintonia Fina".

É uma escritora que tem um grande talento e conhece muito sobre literatura fantástica, gênero que tem conquistado cada vez mais leitores no Brasil.

No dia 23 de novembro, Silen estará presente no 1º Encontro de Literatura Para a Juventude do Litoral Sul. Nesse evento, ela juntamente com os autores Amanda Sousa e Lucas Hollanders Braga, discutirão os rumos da Literatura Fantástica para os jovens, seus hábitos de leituras e suas preferências.

Além da palestra, a escritora estará autografando os seus dois livros lançados recentemente pela Giz Editorial : As Crônicas de Kira e Fábulas ao Anoitecer.

O evento ocorrerá no dia 23 de novembro, às 17h, na Livraria Porto das Letras.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

1º Concurso Cultural de Literatura Cranik

É com satisfação que eu obtive a notícia que o meu conto de ficção científica "A Mente Eterna" obteve a 6ª colocação no 1º Concurso Cultural de Literatura Cranik, promovido pelo escritor Ademir Pascale.

De um total de 83 textos recebidos, somente 11 textos foram selecionados. Eles serão publicados num e-book que será gratuito e, portanto, disponível a todos os leitores que desejarem ler os contos de literatura fantástica.

O meu conto narra a história de Kevin, um cientista que descobriu que tinha uma doença degenerativa. Com a iminência do seu fim, iniciou um projeto para transferir a sua mente para um robô. Isso seria uma possibilidade de vencer a morte e continuar ao lado da sua esposa, mas ele guardava outras intenções não tão nobres com o revolucionário projeto.

Segue abaixo a relação dos autores selecionados e os títulos dos seus contos:

1º Lugar
Autora: Ana Beatriz
Conto: O Bicho

2º Lugar
Autora: Claudia de Andrade
Conto: Sopros do Mal

3º Lugar
Autor: Edweine Loureiro
Conto: Hora do Embarque

4º Lugar
Autor: Leandro Luiz
Conto: Erra uma vez

5º Lugar
Autor: Adam Minhoto
Conto: A Depressão da Fênix

6º Lugar
Autor: Angelo Miranda
Conto: A Mente Eterna

7º Lugar
Autor: André Luís
Conto: O Medalhão

8º Lugar
Autora: Dione Mara Souto da Rosa
Conto: Nuada - O Lendário Rei Tuatha Dé Danann

9º Lugar
Autora: Andrea Carvalho
Conto: A Noite Misteriosa dos Mortos-Vivos

10º Lugar
Autora: Alana Menk
Conto: Zéfiro

11º Lugar
Autor: Luan Montà
Conto: Memento Mori 

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Lançamento do livro "A Maldição de Fio Vilela", de Marcelo Araújo

Que coisa! Ainda cada vez que mexo na internet fico assustado, encantado, maravilhado, preocupado, sei lá, é uma profusão de sentimentos que essa ferramenta propulsora da globalização me causa. Encontramos velhos amigos e conhecidos, encontramos oportunidades de emprego, cursos que nós nem sonhávamos que existissem, compramos e vendemos objetos, terminamos e estabelecemos novas amizades e foi justamente essa última que aconteceu comigo alguns meses atrás.

Tempos atrás, procurando na rede sobre livros de contos de terror de autores brasileiros, encontrei os livros Não abra - contos de terror e Pedaço mal-passado, do jornalista e escritor carioca radicado na capital federal, Marcelo Araújo (foto abaixo).

Fonte: http://www.thesaurus.com.br

Após ler a sinopses dos livros, bem como um capítulo de um deles, me interessei pela forma de Araújo escrever as histórias. Acessei o seu blog http://salomao.tijolo.zip.net/ e vi que o escritor tinha dois interesses iguais aos meus: literatura fantástica, subgênero Terror e o cinema de Terror. Passei, então, a conversar com ele e uma amizade virtual se estabeleceu desde então.

Dias atrás soube, por ele, que lançará mais um livro, dessa vez com uma característica bem diferente aos outros dois que eram coletâneas de contos. O novo livro "A Maldição de Fio Vilela" será o primeiro romance do escritor, publicado novamente pela Thesaurus Editora cujo lançamento ocorrerá hoje, dia 8/11 em Brasília.

Por meio de 120 páginas, o leitor encontrará as histórias de Fio Vilela e de Felipe. Quem é o simpático Fio Vilela, um sujeito elegante, sempre vestido num paletó branco, que aparece nas noites escuras de uma pequena cidade no interior do Rio de Janeiro? Que mistérios envolvem esse homem? Que segredos podem ser revelados? O que acontece quando um jovem inexperiente e tímido encontra o amor? É o que Felipe está perto de descobrir. 

Então, fica a dica: quem estiver hoje na capital federal, poderá participar do evento de lançamento. Agora, quem infelizmente não conseguirá ir até lá, como eu, pode desde já adquirir o livro pelo site da Thesaurus Editora, bem como os demais livros do autor.

Abaixo, encontra-se o convite para o lançamento:

Lançamento do livro "Sombrias Escrituras"

No dia 24 de novembro ocorrerá na Devir Livraria, em São Paulo, o lançamento da antologia "Sombrias Escrituras - Volume 1", publicada pela Editora Literata.

Trata-se de um livro com dezesseis contos de terror, organizado pelo Sr. Arcano, pseudônimo do escritor e poeta carioca Alexandre Souza que empreendeu uma análise rigorosa durante vários meses sobre os muitos textos recebidos.

Portanto, a antologia que será lançada em breve - já pode ser adquirida no site Sombrias Escrituras - reúne um bom time de escritores que possui o objetivo de causar nos leitores o sentimento mais nobre e terrível do ser-humano: o medo!

Tenho a satisfação de participar dessa antologia com o conto "Boa Noite, Charles", que conta a história de Charles, que ao chegar em sua casa, numa noite, percebe que não está só e a partir daí uma terrível sequência de eventos sobrenaturais o atingem deixando-o perturbado.

Acredito que com o ritmo empregado na narrativa eu conseguirei inserir o leitor numa atmosfera assustadora, que o deixará com muito medo. Um dos muitos prazeres que me proporciona a escrita é justamente essa, a possibilidade de ser um engenheiro das letras, das palavras e da linguagem. É o trabalho com a linguagem, com a sua manipulação, que eu busco despertar no leitor o mesmo sentimento que eu tive ao escrever e ler o conto.

Assim, conto com a sua presença no lançamento na Devir Livraria, no dia 24/11, a partir das 15:30!


Segue abaixo os autores e os seus contos que estão presentes no livro:

TAIANE GONÇALVES DIAS (Com o conto "O baile de máscaras")
VANESSA BOSSO (Com o conto "Substituído")
MARJORY TOLENTINO (Com o conto "O perfume da carne")
CARLA CURCI (Com o conto "Anjo-Demônio")
ADEMIR ANTONIO DA SILVA (Com o conto "O peso de porta")
ADOLPH KLIEMANN (Com o conto "A orgia das sombras")
BRUNO ANSELMI MATANGRANO (Com o conto "Estátuas")
CARMELO RIBEIRO (Com o conto "Pela última vez" e "Na estrada")
DANIÈLE UGLIONE (Com o conto "O sobrado Husting")
IGOR RANGEL (Com o conto "A máquina")
GOLDFIELD (Com o conto "Luísa")
MAYA BLANNCO (Com o conto "Alvorada")
RAPHAEL REDFIELD (Com o conto "Torturado")
DANILO SOUZA PELLOSO (Com o conto "Senhora Solidão")

Capa do livro
Prefácio
Fonte: http://www.sombriasescrituras.net

Conto e ilustração
Fonte: http://www.sombriasescrituras.net

terça-feira, 16 de outubro de 2012

IX Semana de Geografia - USP

Começa hoje, com a palestra "Interdisciplinaridade no ensino de Geografia", a IX Semana de Geografia promovida pelo Departamento de Geografia da USP (Universidade de São Paulo).

Até o dia 18/10, quinta-feira, ocorrerá todas as noites uma palestra no Anfiteatro da História - FFLCH/USP e no dia 20/10, no sábado, um minicurso. 

Também vale a pena assistir as presentações dos projetos desenvolvidos pelos docentes de Geografia de diversas escolas públicas estaduais e municipais. Confira a programação abaixo:




quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O Desejo de Lilith, Ademir Pascale

Fonte: http://www.cranik.com

Adquirimos uma obra literária por diversos estímulos, tais como: propaganda veiculada em jornais, revistas, sites, televisão e blogs literários, exposição na vitrine de uma livraria ou a leitura de uma resenha. Essa última, com o aumento de espaços para debates sobre livros na internet, tem gerado a meu ver bastante controvérsia.

Um leitor que se propõe a fazer uma resenha acaba sempre - conscientemente ou não - por julgar a obra mediante a utilização de critérios, alguns conhecidos e outros totalmente subjetivos. Isso gera resenhas que ora enaltecem ora rebaixam um mesmo livro. Portanto, tomar a decisão de comprar ou não um livro tão somente com a leitura de uma resenha pode ser perigoso. O que se configura num argumento fraco, numa prosa simplória para um leitor, pode ser maravilhoso e bem construído para outro. Daí a necessidade de também, antes de tirarmos o cartão para comprarmos uma obra, levantarmos mais informações sobre ele, como, por exemplo, o gênero literário do livro, a sua sinopse e, porque não, as informações da pessoa que o escreveu.

E foi justamente com a leitura de várias resenhas sobre o livro O Desejo de Lilith (Editora Draco), do escritor Ademir Pascale, que eu pude perceber o quanto elas são desencontradas. Claro, cada resenhista é um ser humano, e como tal, é um sujeito complexo, dotado de emoções, sentimentos, visões de mundo e gostos diferenciados. Assim, para alguns, o livro é bom. Já para outros, cabe somente uma crítica ácida, espantando um leitor que poderia se interessar pela obra, mas costuma pautar o que lerá apenas pela leitura de uma simples resenha. Independente de todas as resenhas e críticas que eu li sobre o livro, resolvi comprá-lo, pois muito antes das resenhas lidas, já havia me interessado pela sinopse. 

A história gira em torno de um detetive de polícia, que após investigar o caso de um macabro suicídio, se envolve numa história que mudará completamente a sua vida. Na medida em que a investigação avança, o protagonista faz descobertas incríveis acerca do livro mais lido do mundo: a Bíblia Sagrada. Um total de 63 trechos distribuídos pelo livro sagrado revela a existência de um poderoso demônio.

O livro foi escrito em primeira pessoa e em formato de diário. É preciso ter paciência nos primeiros capítulos, pois não há muita ação, porém, esses primeiros capítulos são essenciais para o entendimento de toda a trama. A partir do capítulo 6, o livro começa a ficar mais interessante, com cenas de ação e trechos que chega até dar um medo, como por exemplo, um encontro "cara a cara" com um demônio.

Há um suspense, uma tensão conduzida tão bem pelo escritor até a revelação do tão aguardado desejo de Lilith. Após esse capítulo que contém a explicação do desejo explicado detalhadamente, senti que os capítulos seguintes não conseguiram segurar muito a trama. Em alguns pontos a história ficou meio sem rumo. Já em alguns, o escritor habilmente conseguiu se utilizar da revelação do desejo de Lilith para conectar a fatos ocorridos na Terra e quem passou por eles na década de 1990 irá encontrar uma grande semelhança.

O final é surpreendente e emocionante. O poder de descrição do autor nos faz imaginar perfeitamente a cena. Emociono-me ao sentir e observar esse poder da Literatura, de nos transportar para lugares e cenas que nós nunca vimos e despertar em nós variados sentimentos.

Como pontos negativos, levanto algumas incongruências que numa próxima edição poderiam ser corrigidas. Vale ressaltar que esses deslizes de modo algum atrapalham o bom andamento da história. Consertados, darão, com certeza, mais estreitamento com a realidade:

- O personagem principal ocupa um cargo de detetive e tempos depois é demitido da polícia. Esse cargo no Brasil, na década de 1970, época em que passa a história não existe (o cargo similar é de investigador) e, além disso, em cargos policiais o regime é estatutário e não CLT, ou seja, o funcionário público não é, de forma alguma, demitido. Pode-se haver uma sindicância em alguns casos, que demora anos, até o funcionário ser retirado de uma empresa pública;

- O início da trama se passa em Hortolândia na década de 60 e 70, mas o município somente surgiu em maio de 1991, quando se emancipou de Sumaré;

- Num trecho o protagonista entra facilmente no apartamento de uma pessoa que havia morrido. O local está interditado para perícia, mas mesmo assim o personagem entra sem nenhum problema. Quando verifica que há algumas pessoas se aproximando do apartamento, ele se joga de alguns andares. Cai, não sente muita dor e sai andando um pouco tranquilo pelas ruas de um bairro de São Paulo. Acho que esse trecho poderia sofrer modificações para deixar a cena mais próxima da realidade;

- O vocábulo que se refere ao planeta Terra foi grafado diversas vezes de maneira errônea. Quando o autor se referia ao nosso planeta, escrevia a palavra "terra". Nos últimos capítulos, houve a grafia correta "Terra".

Portanto, gostei muito da história, principalmente nos capítulos em que há a citação de trechos da Bíblia para embasar personagens e encaminhar a trama. Esse aspecto demonstra que o autor é bastante conhecedor dos segredos que há por detrás desse livro tão antigo.

Ah, destaco também o bom e interessante posfácio escrito por Roberto de Sousa Causo, profícuo autor de ficção científica. No texto, o autor comenta as opções feitas por Ademir Pascale para o seu livro em questão.

O livro é o romance de estreia de Ademir Pascale, escritor conhecido por ter organizado muitas antologias e o fanzine TerrorZine. Tempos depois ele também lançou outro romance intitulado Encruzilhada, publicado pela Editora Literata. Não há dúvida que eu estou ansioso para comprá-lo e lê-lo. 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Dois interessantes eventos literários

Recebi do Instituto Superior de Educação Vera Cruz, que possui um curso bem interessante de pós-graduação Lato Sensu em Formação de Escritores, um convite para participar de mais um Diálogos Literários. Dessa vez o assunto é sobre o tema "Escrevi um livro. E agora?". Dentro desse tema, serão abordados outros assuntos, tais como o funcionamento do mercado editorial para literatura, as chances do escritor estreante, as alternativas de publicação e as perspectivas dos e-books e dos livros impressos.

A palestra ocorrerá amanhã no auditório da Livraria Cultura no Shopping Villa Lobos. Segue abaixo o convite.


Recebi também da Editora Companhia das Letras um convite para participar no próximo sábado, dia 29/09, do lançamento de seu novo selo "Boa Companhia". Haverá duas palestras e um bate-papo com a escritora Lygia Fagundes Telles. O evento ocorrerá na Livraria Cultura, do Conjunto Nacional, que fica na Av. Paulista.


quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A Fantástica Fábrica de Chocolate, Roald Dahl

Quando falamos em A Fantástica Fábrica de Chocolate, logo vem à mente, para os mais velhos, o filme homônimo produzido em 1971 e que tinha o ator Gene Wilder como protagonista. Ele atuou como Willy Wonka, o dono da "fantástica fábrica". Em 2005 houve uma refilmagem dirigida por Tim Burton. Dessa vez, o ator Johnny Depp ficou com o papel principal, ou seja, o de atuar como o excêntrico empresário Willy Wonka.

Muitas pessoas não sabem, mas por detrás dessas produções cinematográficas há uma obra intitulada A Fantástica Fábrica de Chocolate que foi lançada na década de 1960, pelo escritor britânico, filho de noruegueses, Roald Dahl (1916-1990).


Roald Dahl fez sucesso com livros direcionados ao público infantil. Além da A Fantástica Fábrica de Chocolate, ele publicou em 1988 outro grande sucesso, Matilda, que em 1996 se tornou filme tendo como diretor Danny DeVito.

Confesso que eu conhecia somente o filme A Fantástica Fábrica de Chocolate, reprisado várias e várias vezes na televisão. Somente fui tomar conhecimento que o filme era baseado num livro, muito tempo depois, ao me deparar num sebo com um exemplar do livro.

A edição que eu li foi publicada pela Editora Martins Fontes, que nos brinda com um livro que contém ilustrações engraçadíssimas de Cláudia Scatamacchia. O livro é delicioso, não só por contar uma história que envolve o universo de doces e chocolates, mas pela maneira humorística, leve e agradável que Dahl conta a história de um excêntrico industrial que deseja abrir a sua mega indústria para visitação de cinco crianças.

Quem, quando era criança, nunca teve o interesse de descobrir como funciona uma fábrica e os segredos que elas escondem na fabricação de doces e chocolates? Pois bem, o livro nos coloca dentro da fábrica de chocolates Wonka, mas ela não é uma fábrica qualquer, ela é uma fantástica fábrica de chocolates.

Willy Wonka é um empresário do ramo de doces, mais especificamente de chocolates, que depois de ter fechado a sua fábrica e demitido todos os funcionários por suspeita de espionagem industrial, resolve reabri-la para visitação de cinco crianças, acompanhadas cada uma por até dois adultos. Mas como que ele selecionaria as crianças espalhadas pelo mundo todo? Por que Wonka deseja abrir a fábrica para visitação? Se a indústria está funcionando, quem trabalha nela se não há sinal algum de operário? Essas questões são respondidas no desenrolar da história.

Paralelamente a isso, há a história de um garoto muito pobre, Charlie Bucket, que capítulos antes é apresentado e capítulos depois tem a sua história entrelaçada incrivelmente com a de Willy Wonka.

O humor que há no texto é resultado em grande parte da excentricidade do personagem principal, Willy Wonka. Ele é um empresário com ideias mirabolantes, como chocolates que podem ser transportados pela televisão e chicletes que não perdem o gosto, por exemplo. Durante a visita a fábrica, temos contato com as suas invenções e os seus projetos malucos para doces e chocolates. Também conhecemos um pouco do seu temperamento, que parece ser bastante explosivo, mas convenhamos, quem aguentaria um grupo de crianças por um dia inteiro?

O desfecho da história nos leva a refletir que, de vez em quando, a obediência às orientações e regras, a "segurarmos" a nossa curiosidade e ouvirmos mais do que falamos, podem trazer bons acontecimentos para a nossa vida, a tal ponto que ela pode mudar drasticamente.

A leitura do livro é muito agradável e de fácil compreensão. É inevitável dar boas risadas com vários trechos, bem como com as ilustrações. Também o que é inevitável e o desejo que surge em nós, da mesma forma quando assistimos o filme, de degustar um bom chocolate.

Não conheço bem o estilo da escrita de Roald Dahl, pois para isso seria preciso eu ter contato com mais alguns dos seus livros, mas a obra que eu acabei de ler dá indícios de que o autor gosta de imprimir na sua narrativa uma característica mais cômica. Se tivermos como referência o filme Matilda, baseado no seu livro de mesmo nome acredito que o estilo de escrita de Dahl provoca mesmo nos leitores algumas boas risadas. Logo, logo terei mais certeza disso, porque no mesmo dia que eu adquiri o livro A Fantástica Fábrica de Chocolate, eu comprei o livro Matilda. Agora resta ler e observar se o escritor repete nele, que foi publicado bem mais tarde do que a fantástica fábrica, a sua característica humorística.

Ah! Verificando o catálogo da Editora Martins Fontes, descobri também que há uma continuação da A Fantástica Fábrica de Chocolate. Trata-se do livro Charlie e o grande elevador de vidro. Claro que eu já comprei e fico na torcida para que o livro chegue logo. Quero verificar o que aconteceu com o menino Charlie e o senhor Willy Wonka. Sem dúvida, novas emoções me aguardam.

Ah! Olha que coincidência! Hoje Roald Dahl faria 96 anos. Portanto, presto com essa minha humilde resenha uma homenagem a esse maravilhoso escritor, que encantou e continua encantando milhares de leitores por todo o mundo.

Se você quiser conhecer todos os títulos desse grande autor disponíveis no catálogo da Editora Martins Fontes, clique aqui.

sábado, 1 de setembro de 2012

O que é a vida?


Ontem presenciei um acidente envolvendo uma motocicleta e um automóvel. Faltavam apenas dez minutos para a uma da tarde, quando a minha atenção foi desviada para um forte estrondo vindo do meu lado esquerdo. Estava em pé no ponto de ônibus, olhando atentamente se via algum coletivo vindo em meio ao congestionamento que estava formado próximo ao início da avenida, já que ali também havia acontecido um acidente envolvendo um automóvel e um ônibus municipal.

Com o barulho, todos olharam para o lado lastimando a ocorrência de mais um acidente. Percebi que a lástima não era em relação às vidas humanas que estavam em jogo naquele momento e sim, na possibilidade do congestionamento aumentar naquela avenida.

Sem pensar, corri em direção ao acidente. Não sei o porquê até agora. Curiosidade? Sentimento de pena com os envolvidos? Não sei responder, somente cheguei próximo e avistei na esquina da Avenida São João com a Al. Nothmann um corpo estendido no chão. Os braços estavam abertos. Um líquido rubro saía da cabeça e escorria num filete em direção à sarjeta. A cor da pele, pálida, gélida das mãos, da testa e da nuca, únicas partes que eram visíveis evidenciava que a morte havia chegado para aquele jovem motoboy. O corpo estava inerte.

Perto dele, um capacete todo arranhado. Num canto da rua, um pé de um tênis bem surrado. O outro estava jogado a alguns metros do corpo. Também um pequeno baú que os motociclistas costumam fixar atrás da moto para poder guardar alguns pertences, estava todo amassado jogado de cabeça para baixo na calçada.

Poucos metros do falecido havia um Fiat Idea com o pisca alerta ligado e uma jovem japonesa com uma criança no colo chorava copiosamente dizendo aos quatro ventos que ela não tinha culpa do acontecido. A moto do rapaz jazia debaixo do veículo, toda retorcida. O cheiro do combustível que vazava da moto e descia avenida abaixo completava o aroma amargo daquele início de tarde.

Mais pessoas se aglomeravam. Algumas concomitantemente ligavam para o serviço de resgate, enquanto outras telefonavam para a polícia. Outras conversavam com a japonesa, dizendo que haviam presenciado o erro tão grotesco causado pelo falecido e, de forma oportunista, diziam uma espécie de "bem feito" para ele. Ouvi de um comerciante próximo, que o motociclista havia feito uma conversão errada, batendo de frente com o carro. Ele foi arremessado direto para a dura e suja calçada enquanto o carro caminhou por alguns metros com a moto debaixo dele.

Enquanto o resgate não chegava, alguns transeuntes pararam para ver o estado deplorável do motociclista e contribuíram no pequeno debate inoportuno que se formou ali sobre a postura dos motoboys na cidade de São Paulo, até que inesperadamente uma ambulância surgiu do meio do congestionamento e estacionou bruscamente ao lado do corpo. Mas não era uma "ambulância oficial", dessas que a gente está acostumado a ver nas ruas e nos programas policiais, vermelha, com o logo do governo do estado ou da polícia militar. Era uma ambulância que, por acaso, estava passando ali naquele momento. Ela levava uma idosa cadeirante até um hospital para continuar um tratamento. Percebi que a sorte do motociclista começou a mudar a partir daquela chegada.

Rapidamente desceu do veículo uma enfermeira com alguns apetrechos na mão. O corpo do rapaz encontrava-se ainda imóvel, enquanto o sangue continuava escorrer pela calçada. Entre um comentário de um pedestre dizendo que "esse já era" e outro lamentando o trânsito impiedoso que a cidade se tornara, a enfermeira colocou uma espécie de pregador na mão do falecido. Depois de alguns "bips" do pequeno aparelho, a moça de branco deu um grito. O rapaz ainda estava vivo! Mas por pouquíssimo tempo, exclamou. Os batimentos, a pressão sanguínea e outros "índices" que diferenciam entre um ser estar vivo e outro morto, puderam ser interpretados por aquela profissional, que já correu para dentro da perua e trouxe um pequeno cilindro de oxigênio.

Entre feridas e muito sangue, ela conseguiu precariamente colocar a máscara no falecido (?) que, inacreditavelmente, após alguns poucos segundos, começou a ensaiar pequenos movimentos com as pernas e os braços. De bruços, consegui ver que a sua costela já "subia e descia", mostrando que o mesmo estava respirando. Pude perceber o alívio no rosto das pessoas ao redor, principalmente a da japonesa que naquele instante deixaria de receber o ingrato e triste título de homicida.

Mais alguns segundos se passaram e o rapaz que antes estava jogado na calçada, inerte, agora estava se mexendo, até com força, pois queria de qualquer forma se levantar. Movimentava as pernas e os braços e tentava tirar a máscara de oxigênio. Tudo isso acompanhados com intensos urros de dor. O seu grito abafado pela máscara, doía em meus ouvidos. Independente do que aquele rapaz fizera para estar naquela situação, tive naquele momento pena dele, muita pena. Era um ser humano como eu e, por um descuido, imprudência, erro, não sei mais o que, estava pagando um preço muito alto por aquilo que cometera.

Já havia se passados longos minutos do início da tragédia até que o resgate, esse sim oficial, representante do estado, chegou. O serviço não foi o dos mais difíceis, haja vista que o rapaz já estava um pouco mais calmo e a enfermeira havia adiantado o serviço, digamos, mais pesado, mas os seus gritos estridentes de dor ainda continuavam. Os bombeiros enfaixaram a sua cabeça, colocaram um colar cervical e transferiram-no para uma maca que foi colocada dentro da ambulância, que saiu correndo abrindo caminho por entre os carros.

Quem também passou mal com essa história toda fui eu. Sem almoço e a cabeça começando a doer por causa disso, as minhas pernas começaram a tremer por causa do nervoso e da tensão de toda a cena descrita acima. A minha pressão começou a baixar e senti que logo iria desmaiar. Para evitar mais um susto naqueles que ainda se encontravam no local, encontrei na mesma calçada, um pequeno desnível, um degrau para a entrada de uma loja e fiquei ali sentado durante alguns minutos, enquanto o mal-estar teimava em não desaparecer.

Enquanto recuperava a cor do meu rosto (sempre que passo mal fico pálido) fiquei pensando sobre o havia ocorrido com aquele rapaz. Todos acreditavam que ele estava morto ou caminhando para a morte. Acho que ele já estava com um "pé" lá, pela gravidade da batida, pelo ferimento na cabeça aliado a demora do serviço de resgate. A sua vida parecia ter chegado ao fim de uma forma muito triste e violenta até que a sorte do rapaz se reverteu com a chegada do serviço médico "paralelo" e daí o que era para ser um final trágico, acredito que tenha sido um final mais satisfatório, mais bonito para todos, principalmente para o acidentado e para a sua família.

Fiquei pensando o que é a vida e quanto ela é algo simples, rápida, fugaz, um sopro. Minutos atrás aquele jovem obviamente estava em outro lugar, talvez conversando sobre os seus planos para o futuro com alguém, marcando um encontro com a namorada, brigando ou fazendo as pazes com alguma pessoa, resolvendo um problema, negociando um emprego novo, fechando a compra de um carro ou marcando um almoço com o seu filho ou mãe... E depois estava ali, estendido no chão... Morto, tudo acabado, tudo perdido, sem condições de consertar o que havia ficado para trás. Até que uma nova chance foi dada a ele. Não era a hora dele partir, pois a sua missão ainda estava incompleta.

Na correria cotidiana esquecemos que somos finitos, que possamos em alguns simples segundos deixarmos tudo para trás sem termos tempo e oportunidade de dizer o quanto a gente ama alguém ou dizer para alguém o quanto ele ou ela é especial para nós ou agradecer alguém por algo que fizeste a nós ou simplesmente para pedir perdão por algum deslize cometido. Se o presente não fosse algo importante na nossa existência, não teria esse nome de PRESENTE. Por isso devemos viver intensamente o hoje, o presente, o agora, para que, se ao dobrarmos uma esquina e a morte nos encontrar, possamos partir em paz, com a satisfação de que realmente aproveitamos a plenitude da vida, pois talvez não tenhamos uma segunda chance, como foi dada maravilhosamente ao motociclista.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Palestra e exposição "No mundo da Terra"


Lançamento oficial da Space Opera II


Será no próximo sábado, dia 01/09, a partir das 15h, o lançamento oficial da antologia Space Opera: Jornadas Inimagináveis por Uma Galáxia Não Muito Distante, mais conhecida como Space Opera IIEd. Draco, que reúne nove escritores nacionais. 

Se tomarmos como referência a sessão de autógrafos que houve na última Bienal do Livro em São Paulo, a antologia foi bem recebida pelos leitores de ficção científica. Credito isso ao bom projeto gráfico da obra, além dela reunir renomados escritores do gênero, como Carlos Orsi e Roberto de Sousa Causo.

O livro a ser lançado oficialmente é o segundo do projeto Space Opera. O primeiro Space Opera: Odisseias Fantásticas Além da Fronteira Final, chamado pelos organizadores como Space Opera I, foi lançado, também pela Ed. Draco, em junho de 2011. 

No próximo sábado, na Livraria Martins Fontes, você poderá além de adquirir o livro, bater um papo com os autores e os organizadores Hugo Vera e Larissa Caruso e levar algum brinde para casa, já que vai acontecer um sorteio.

Maiores informações sobre o livro, os contos presentes nele e os autores, acesse o site oficial da antologia: http://www.spaceopera.com.br.

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Um encontro agradável

No último fim de semana a Biblioteca de São Paulo realizou mais uma edição do ciclo de bate-papos Segundas Intenções, que propõe a aproximação de autores do público-leitor.

O convidado foi o escritor e roteirista de cinema Marçal Aquino, autor das obras O invasorFamílias Terrivelmente Felizes e Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lindos Lábios, e co-reteirista do filme O cheiro do ralo. 
O evento teve curadoria do jornalista e crítico literário Manuel da Costa Pinto, responsável também pela mediação do bate-papo.
Foi a primeira vez que eu participei do Segundas Intenções. Adorei o formato do encontro. Os leitores ficam bem à vontade para fazer perguntas o tempo todo e, enquanto ninguém faz, o mediador vai sabatinando o escritor.
Eu conheci o Marçal Aquino quando ainda era garoto ao ler quatro de seus livros da clássica coleção Vaga-Lume, publicada pela Ed. Ática. Os livros eram direcionados para o público infanto-juvenil e os títulos que eu li foram A Turma da Rua Quinze, O Jogo do Camaleão, O Mistério da Cidade Fantasma e O Primeiro Amor e Outros Perigos. Anos depois, verifiquei que ele publicou vários livros para o público adulto. Infelizmente até o momento não tive ainda a oportunidade de ler nenhum deles, que é uma pena, pois todos eles receberam boas críticas.
Sempre gostei do jeito que ele conta as suas histórias e passei a admirá-lo ainda mais pelas entrevistas que ele vive concedendo e a última na Biblioteca de São Paulo foi maravilhosa. 
Aquino é um escritor que gosta de estar na rua ouvindo conversas alheias, como ele mesmo disse. Isso é o combustível para as suas histórias. Portanto, apesar das suas histórias serem de ficção, elas acabam tendo um lastro real, deixando-as bem mais interessantes por terem esse ingrediente, esse conteúdo real.
O encontro com os leitores no último sábado foi muito agradável. Marçal Aquino contou a sua trajetória como leitor e escritor. Desde os tempos da infância, quando morava numa fazenda em Amparo, interior de São Paulo, o garoto Aquino já tinha a convicção de querer ser um escritor e, ao longo do tempo, foi amadurecendo a ideia até se tornar jornalista. Ele acreditava que o jornalismo o ajudaria com a sua escrita, com a arte de escrever e contar histórias e foi isso mesmo que aconteceu. Muitos anos depois dedicados ao jornalismo, resolveu que era hora de começar a publicar as suas histórias e o sucesso chegou cedo, pois seus livros foram bem recebidos pelos críticos e pelo mercado.

Aquino também contou como foi adaptar alguns dos seus livros para o cinema e a parceria que ele fechou com Beto Brant, na época, um iniciante e promissor diretor de cinema. Brant procurou Marçal Aquino na época para adaptar para o cinema um de seus contos, mas isso acabou não dando certo.

Certo dia, Brant ao visitar novamente o Marçal Aquino, se deparou com o livro O invasor que Aquino ainda estava escrevendo. Brant gostou da sinopse da história e propôs para o escritor interromper o desenvolvimento do livro naquele momento e elaborar um roteiro para um filme. O roteiro foi feito e o filme rodado. Depois Marçal terminou o livro alguns anos depois.

A parceria com Brant não parou mais. O último filme adaptado foi o romance Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, tendo um bom time de atores globais na produção que até poucos dias atrás estava em exibição nas salas de São Paulo. Por falar nesse livro, durante a palestra, Marçal Aquino contou como foi o processo de aceitação desse livro para publicação. Num primeiro momento houve uma grande rejeição por causa do longo título. Reticente, Aquino não aceitou "resumir" o título e brigou até o final. Acabou sem ser publicado... Até que na Festa Literária Internacional do Livro de Paraty (FLIP), um editor aceitou publicar depois de ele ter tido conhecimento da história e da dificuldade de Aquino obter uma editora que aceitasse o projeto.

Esse encontro com o escritor Marçal Aquino foi marcado por muitas risadas por parte de todos, ao escutarmos as histórias engraçadas contadas por ele. Muitas histórias... Que ocorrem nos bastidores de uma editora, num set de filmagem, no mercado literário e outras mais, que somente reafirmaram essa facilidade e esse poder de Aquino perceber o espaço ao seu redor e dele, retirar ingredientes para bons causos que se tornam depois bons contos com um grande sucesso de vendas.
Marçal Aquino e Manuel da Costa Pinto
Fonte: Alexandre Rapolli
Mais de 50 pessoas participaram da palestra. Partindo do palco, estou sentado na 2ª fileira, no 5º lugar da esquerda para a direita (cadeira laranja)
Fonte: Alexandre Rapolli

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Resenha: Derrotando um inimigo chamado MEDIOCRIDADE, John Mason

Já escutei várias críticas direcionadas para leitores de livros de auto-ajuda. Não me considero um leitor assíduo desse gênero, mas gosto de vez em quando ler alguns livros que me deem dicas para levar uma vida melhor, a obter maiores sucessos na carreira pessoal e profissional, a lidar com pessoas difíceis entre outras temáticas abordadas por esse tipo de literatura. Acredito que enquanto alguns perdem tempo criticando e tendo os mesmos problemas pessoais, profissionais, financeiros, afetivos, etc., eu ganho tempo aprendendo como lidar com eles por meio da leitura de livros de auto-ajuda.

Verdadeiramente não vejo motivo para tantas críticas que eu escuto por aí. O engraçado é que toda a vez que eu peço então para o sujeito me explicar as razões da crítica, elas acabam não vindo e eu continuo sem entendê-las.

Os autores desses livros, de forma geral, possuem um grande experiência de vida e tem a mais clara intenção de transmitir para os leitores algumas formas e dicas de como sermos bem-sucedidos em todas as áreas de nossas vidas.

No limite, para mim todos os livros são de auto-ajuda, pois em todos eu consigo retirar deles um aprendizado, todos têm algo a ensinar e uma experiência a ser transmitida, quer ela seja de dor, de alegria, de medo, de pânico, de satisfação, etc. Claro que isso está implícito nos textos, bem diferente dos livros "puro sangue" de auto-ajuda, que descobrirmos ter essa característica logo no título, na capa ou nas primeiras páginas e cujo objetivo principal é explicitamente indicar uma forma de termos sucesso em tudo o que formos fazer.


Discussões a parte, o livro que eu acabei de ler é um representante do gênero, ou seja, um "puro sangue". Com o título "Derrotando um inimigo chamado MEDIOCRIDADE - 52 mensagens de inspiração para chegar ao sucesso fugindo do lugar comum", Ed. Thomas Nelson Brasil que faz parte da Ediouro, o escritor - muito conhecido nos Estados Unidos e que já vendeu mais de 1,3 milhão de livros traduzidos em 25 línguas - John Mason, traz como informa o subtítulo do seu livro, um total de 52 mensagens cada uma ocupando no máximo duas páginas. Portanto, o resultado é termos um livro fininho, mas com um poder muito grande de nos impactar.

Como bem afirmou o autor na Introdução do livro, o objetivo da obra é justamente nos desafiar "como nunca o foi anteriormente" e entre uma e outra mensagem, sem dúvida, essa meta é alcançada. O mérito do livro está justamente em proporcionar em nós um momento de reflexão sobre os nossos atos, sobre as nossas escolhas e de forma geral, de como estamos conduzindo a nossa vida.

Ao longo da obra, o autor além de trazer os seus pensamentos sobre os mais variados assuntos como amor, sucesso, amizade, honestidade, entre outros, há a presença do pensamento de outras pessoas muito importantes, como Goethe, George Bernard Shaw, Helen Keller, Francis Bacon, São Tomás de Aquino, Eleonor Roosevelt, Franklin Roosevelt, Cervantes, Oscar Wilde, Martin Luther King Jr., Winston Churchill, Ralph Waldo Emerson, Thomas Carlyle e Montesquieu tornando a obra ainda mais interessante.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Marçal Aquino é o convidado do Segundas Intenções

O jornalista, escritor e roteirista de cinema e de televisão Marçal Aquino é o convidado da edição de agosto do Segundas Intenções.

Marçal Aquino nasceu em Amparo, no interior paulista, em 1958, e vive em São Paulo desde o começo da década de 1980. É jornalista, escritor e roteirista de cinema e de televisão. Publicou, entre outros livros, a coletânea de contos O amor e outros objetos pontiagudos, pelo qual recebeu o Prêmio Jabuti, e o romance Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios. Atuou como roteirista de filmes como O invasor e O cheiro do ralo. Seu trabalho está publicado na Alemanha, França, Portugal e Suécia.

Após a palestra haverá debate com o autor.

Foto: Alice S. Aquino
O evento acontece no dia 18, às 11 horas, no auditório. Vagas limitadas. Inscrições até 17 de agosto por email (agenda@bsp.org.br) ou no balcão de atendimento da biblioteca (de terça a sexta-feira, das 9h30 às 17h30).
Segundas Intenções é uma realização da SP Leituras, organização social vinculada à Secretaria de Estado da Cultura. Trata-se de um ciclo de palestras com escritores brasileiros, que acontece no terceiro sábado de cada mês, no auditório da Biblioteca de São Paulo. Já participaram Lidia Aratangy, Pedro Bandeira, Luís Paulo Rosenberg, Ruth Rocha, Adriana Ferrari e Fernando Bonassi.
O evento tem curadoria de Manuel da Costa Pinto, jornalista e crítico literário, editor do Guia Folha – Livros, Discos, Filmes. É comentarista de literatura do programa Metrópolis, da TV Cultura. Foi o curador da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) em 2011.
Fonte: Biblioteca de São Paulo

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Darkman - Vingança sem Rosto


Eles destruíram tudo que eu tinha, tudo o que eu era, agora, o crime tem um novo inimigo e a justiça tem um novo rosto...

Agora sou todos... E ninguém. E em todos os lugares... E em lugar nenhum. Me chame de Darkman!

O filme Darkman - Vingança sem Rosto, mistura de ficção científica, ação e drama foi lançado nos Estados Unidos no início da década de 1990, tendo como diretor Sam Raimi, conhecido pela direção da trilogia do Homem Aranha e o filme de terror Arraste-me para o Inferno.

O filme conta a história de um cientista chamado Peyton Westlake, protagonizado pelo ator Liam Nesson (que apareceu recentemente no filme Battleship - A Batalha dos Mares), que pesquisa peles sintéticas para auxiliar no tratamento de deformidades.

Quando seu invento está quase totalmente desenvolvido ele é atacado e brutalmente espancado em seu laboratório. Após a explosão, fica horrivelmente mutilado e é tratado com uma forma radical de terapia que desliga seus nervos impedindo que sinta dor. Como efeito colateral, a falta de sensações o induz a estados psicóticos onde fica com uma força sobre-humana.

Quando consegue dominar-se, começa a arquitetar um plano para vingar-se de todos os que o perseguiram, usando para isso os resultados de sua pesquisa que possibilitam a ele assumir a identidade de qualquer um através de máscaras feitas com a pele sintética. Existe apenas um problema, a pele começa a se desintegrar após 99 minutos.

É um bom filme que gerou ainda duas outras continuações não tão interessantes, principalmente por não contar mais com o brilhantismo do ator Liam Nesson no papel do Dr. Peyton Westlake.

Trailer



sábado, 30 de junho de 2012

Feira de troca de livros na Casa das Rosas

Ocorre hoje na Casa das Rosas, localizada na Avenida Paulista, nº 37, das 14h às 17h, duas feiras cujo objetivo é a troca de livros entre as pessoas.

Simultaneamente, ocorrerão duas feiras, sendo uma para o público infantil e juvenil aonde poderão ser trocados livros, gibis e brinquedos e outra para o público adulto, aonde poderão ser trocados livros.




sexta-feira, 29 de junho de 2012

Resenha: Horror em Amityville, Jay Anson

Verdade ou mentira? Se depender do escritor Jay Anson que afirmou "até onde me foi possível verificar, todos os acontecimentos narrados neste livro são verdadeiros", estranhos fenômenos ocorreram mesmo na residência do casal Lutz entre dezembro de 1975 e fevereiro de 1976. Tais fenômenos foram relatados no excelente livro de terror Horror em Amityville, Ed. Círculo do Livro, 1984, 193 páginas.


O livro narra os fatos que se sucederam no nº 112 da Avenida Oceânica, na cidade de Amityville, no estado de Nova York. A obra foi escrita em formato de diário, sendo que cada capítulo representa uma data onde está descrito os acontecimentos sobrenaturais que atormentaram, por 28 dias, a vida do jovem casal George e Kathy Lutz e dos seus filhos Daniel, de 9 anos, Christopher, de 7 e Missy, de 5.

A família Lutz compraram a casa treze meses depois dela ser palco de um brutal assassinato. Na noite do dia 13 de novembro de 1974, Ronald DeFeo, de 24 anos, com um rifle de alta potência, matou a tiros seis pessoas: seus pais, seus dois irmãos e suas duas irmãs. Na polícia, disse que agiu a mando de uma voz que ordenava que ele executasse os assassinatos.

Mesmo sabendo do passado da casa, o casal Lutz a compra por alguns motivos, sendo o principal, o preço que estava bem abaixo do mercado. Inclusive, o casal comprou alguns móveis e utensílios deixados pelos DeFeos.

Logo após a mudança, um padre foi chamado para benzer a casa e logo no início da prece, ouviu uma voz masculina que ordenou "Saia!". O pároco logo terminou a reza e saiu da casa sem dizer nada para a família. Afinal, não queria estragar o sonho da casa própria, ainda mais aquela com sótão decorado, porão, piscina, jardim e um abrigo com um barco preparado para navegar nas águas do rio Amityville.

Depois desse episódio com o padre, a família começou a ser ameaçada por uma força sobrenatural que instalou um estado de pânico e medo em todos os moradores da casa. Objetos se moviam sozinhos, passos eram escutados vindos de cômodos vazios, vozes eram escutadas de locais sem ninguém entre outros fenômenos. Até a personalidade dos moradores foi alterada.

Após 28 dias após a mudança, o casal sai desesperado da casa levando consigo poucos objetos. Deixaram para trás roupas, móveis, utensílios, o dinheiro investido na casa e o sonho de morarem numa mansão. Nunca mais voltaram para a Avenida Oceânica, nº 112.

O livro foi narrado de forma jornalística e isso não o impediu de ser uma grande obra, com uma qualidade que eu aprecio muito em obras de terror, que é a eficiência em causar medo nos leitores.

Alguém pode pensar que um livro de terror escrito em forma de diário e com um tom jornalístico muito forte, não seja interessante, mas esse definitivamente é e vale muito a pena a leitura. Ele é aquele livro que você começa a ler e um medo começa a te tomar. Esse sentimento tão nobre que eu aprecio, aumenta ainda mais quando a leitura ocorre no período noturno. Durante a leitura, o leitor com certeza irá dar uma pausa e olhar para os lados para certificar-se se tudo está normal e em seus devidos lugares.

Horror em Amityville foi publicado em setembro de 1977 e se tornou um sucesso editorial, com mais de três milhões de cópias vendidas. O livro também serviu de inspiração para várias adaptações cinematográficas, sendo a última, lançada em 2005 (trailer abaixo). Na verdade, o filme foi uma refilmagem de outro lançado em 1979.


A obra não é mais vendida nas livrarias, mas é facilmente encontrada em sebos espalhados por todo o Brasil a um preço bem módico. Uma dica é pesquisar e comprar no site Estante Virtual, que reúne sebos de todo o país.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Lançamento da antologia "Caminhos do Medo - Vol. 2"

O dia não era dos melhores para se lançar um livro, pois a concorrência com outros eventos que estavam ocorrendo simultaneamente (feriadão, jogo de futebol do Brasil x Argentina, Eurocopa e pré-Parada Gay) afastou uma grande quantidade de pessoas, mas mesmo assim foi um evento prazeroso. Estou me referindo ao lançamento do livro "Caminhos do Medo - Vol. 2", que reúne 31 contos sobrenaturais, de suspense e de terror publicado pela Editora Andross.

Tenho a felicidade de ter um conto publicado nessa antologia, daí a minha participação na tarde de autógrafos do livro, que ocorreu no charmoso edifício China Trade Center localizado na Rua Pamplona, que é uma travessa da Avenida Paulista.

Todo evento de lançamento é um acontecimento especial para cada escritor, pois temos a oportunidade de rever amigos, parentes, outros escritores que admiramos e conhecer pessoas novas que gostam de literatura. E o evento no último dia 9 de junho não foi diferente.

O livro organizado pelos amigos Bruno Anselmi Matangrano e Rossandro Laurindo, com o belo trabalho de editoração e diagramação de Edson Rossatto, se configura numa bela obra, com uma qualidade indiscutível. A Editora Andross, sem dúvida, coloca no mercado uma obra que vem preencher mais um pequeno espaço de uma grande lacuna na literatura fantástica, principalmente no subgênero terror e suspense.

Para quem não pôde comparecer e se interessou pelo livro, pode-se fazer a compra com cartão de crédito, com frete grátis e envio para todo o Brasil clicando aqui.

Tive a felicidade de encontrar a amiga escritora Georgette Sillen, autora de diversos livros, entre eles "As Crônicas de Kira", "Fábulas ao Anoitecer" e "Lázarus"
Fonte: Angelo Miranda
Minha amiga Suzy Cafazzo
Fonte: Angelo Miranda
Meu amigo Victor Hugo
Fonte: Angelo Miranda
Junto comigo, o escritor Mauro Sérgio Tomaz
Fonte: Angelo Miranda

Junto com o escritor Gustavo R. Fragazi
Fonte: Angelo Miranda

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Depois de 20 anos, Rio volta a discutir o futuro da Terra


É com grande alarde que os meios de comunicação têm noticiado o evento que acontecerá no Rio de Janeiro de 13 a 22 de junho. Trata-se da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, mais conhecida como Rio+20. Mas a maioria dos brasileiros desconhece o que é a Rio+20.

Pesquisa divulgada no dia 6/06 pelo Ministério do Meio Ambiente mostrou que 78% dos brasileiros não sabem o que é a Conferência que está prestes a acontecer. Os 22% que sabem foi exaltado pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, já que na época da Rio-92, apenas 3% sabiam o que era aquela Conferência.

A Rio+20 recebeu esse nome porque é um evento que ocorrerá vinte anos após um evento semelhante ter ocorrido na mesma cidade. Vinte anos atrás, em junho de 1992, para coincidir com o Dia do Meio Ambiente, a ONU organizou na cidade do Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, que ficou conhecida como “Cúpula da Terra” ou ECO-92. Ela com a presença de 172 países, representados por aproximadamente 10.000 participantes, incluindo 116 chefes de Estado. Dessa Conferência nasceram vários acordos importantes, entre eles, a Convenção sobre Mudança do Clima, para tratar do aquecimento global, e a Convenção da Diversidade Biológica, para promover a conservação da biodiversidade.

Agora duas décadas depois, milhares de governantes, diplomatas, ambientalistas, empresários, cientistas e outros representantes da sociedade civil ao redor do mundo estão mais uma vez a caminho do Rio de Janeiro. O desafio é fundamentalmente o mesmo de vinte anos atrás: conciliar crescimento econômico, justiça social e conservação ambiental. Promover o chamado desenvolvimento sustentável, que é segundo a ONU, “o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atendar as necessidades das futuras gerações”.

Desde a ECO-92, a consciência da população mundial sobre a importância da sustentabilidade aumentou, mas muitos e graves problemas sociais e ambientais ainda continuam existindo. Uma das causas é o aumento da população mundial. Em 1992 a população mundial era de 5,5 bilhões, agora é de 7 bilhões. Isso aumentou ainda mais a pressão sobre os recursos naturais do planeta Terra.

Espero que nas duas semanas de negociação na Rio+20 possam ser oferecidas novas soluções para os problemas e não a reafirmação dos mesmos.