terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Esperava mais

O jornalista carioca Marcelo Araújo começou a sua carreira literária ao lançar um livro com onze contos, em 2009, intitulado Não Abra - Contos de Terror, publicado pela editora Thesaurus. Pela mesma editora, em 2011, o autor lançou o seu segundo livro, Pedaço Malpassado, que contém dois contos. 

Também pela Thesaurus, no final de 2012, o autor lançou o seu terceiro livro, A Maldição de Fio Vilela. Diferente dos outros dois que reunia contos, nesse o autor se dedicou estritamente a desenvolver uma única história, que se passa na zona rural de um pequeno município carioca e envolve uma família assombrada pela presença de um estranho chamado Fio Vilela.

Fonte: Editora Thesaurus

O argumento do livro é muito interessante, mas o autor não soube explorá-lo com profundidade, deixando para o leitor uma história superficial e de um suspense fraco. Ao ler a história, pude perceber mais o trabalho do escritor contista do que o romancista.

Por ser um contista, Marcelo Araújo imprimiu no seu mais novo texto, as características daquele que escreve conto, como a não preocupação de desenvolver mais os personagens (somente são descritos as características físicas dos personagens), detalhamento do local onde se passa a história (no livro, não temos sequer o nome do município onde se desenrola a história), aprofundamento da trama e mais situações de tensão, perigo e horror.

Assim, considero o livro uma novela, ou seja, um conto com uma extensão maior. Acredito que daria para o autor explorar mais as cenas, colocar mais tensão, mais suspense, mais terror. As cenas que eu esperava que isso acontecesse, os personagens simplesmente passaram por ela sem maiores detalhamentos, sem maiores sobressaltos, deixando a história um quanto frouxa.

O autor privilegiou uma grande quantidade de diálogos, alguns desnecessários, que poderiam dar lugar a construção de um texto mais denso, mais assustador e com muito mais tensão. Se ao invés de alguns diálogos, Araújo se detivesse em elaborar melhor um clima ao detalhar uma cena, um personagem ou um local, por exemplo, a história ganharia mais qualidade.

Adorei o vilão Fio Vilela e creio que faltou, conforme indiquei acima, explorá-lo mais, tal como aconteceu com os outros personagens. As únicas cenas um pouco assustadoras, se deram, de fato, com a aparição de Vilela, mas foram cenas rápidas, superficiais, infelizmente.

O final da história foi bem construído, apesar de várias perguntas não terem sido respondidas, mas acredito que isso foi um artifício do autor em deixar que cada leitor desse um fechamento conforme a sua imaginação.

O encerramento do livro deixa claro que haverá uma continuação. Seria muito bom o escritor continuar a história e aproveitar para aprofundar mais o enredo. Quem sabe esse livro tenha sido somente uma introdução rápida para uma história que se desdobrará e se mostrará mais terrível e sombria ainda. Torço para que isso aconteça.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

15ª Festa do Livro da USP - 2013

Anos atrás a "Festa do Livro" na USP ocorria no interior do prédio da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), mas recentemente ela foi transferida para as dependências da Escola Politécnica, com muito mais espaço para os livreiros fazerem a exposição das suas obras e para os leitores circularem.

A "Festa do Livro" é uma tradição na USP e ocorre todos os anos. É aberta ao público e neste ano vai ocorrer entre os dias 11 e 13 de dezembro.

O desconto mínimo que cada editora deve atribuir aos seus livros é de 50%, por isso que vale muito a pena participar da Festa. Lembrando que as editoras não disponibilizarão somente livros acadêmicos. No ano passado encontrei bons e interessantes títulos de ficção, inclusive de literatura fantástica.