sábado, 24 de novembro de 2012

A geografia dos eleitos com canudos

Enquanto geógrafo fico satisfeito ao abrir um jornal ou revista e ver numa matéria a utilização de um mapa. A cartografia, considerada ciência para alguns e arte para outros, é a linguagem do geógrafo, é a linguagem, por excelência, da ciência geográfica. Mas ainda bem que isso não dá o direito dela ser exclusiva da geografia, pois a produção de mapas ficaria bastante comprometida, pois observo que a maioria dos estudantes de geografia, os pesquisadores, os professores e os geógrafos têm uma espécie de medo ao trabalhar com cartografia. Daí a produção de poucos mapas por parte dos geógrafos. Justamente esse assunto foi discutido na penúltima mesa-redonda da IX Semana de Geografia da USP, realizada em 17/10.

Portanto, outras áreas acabam por desenvolver mapas, tais como os arquitetos, jornalistas, economistas, engenheiros, enfim, uma gama de profissionais que enxergaram nessa linguagem geográfica a possibilidade da utilização do mapa para mostrar a distribuição dos mais variados fenômenos.

No dia 19 de novembro, o jornal Valor Econômico publicou um mapa que mostra onde estarão os prefeitos no Brasil que possuem diploma de ensino superior. Os dados para a montagem do mapa foram retirados pelo Valor Data a partir de informações do TSE. Vale salientar que os dados de profissão e escolaridade daqueles que foram eleitos baseiam-se somente em autodeclaração, carecendo, assim, de comprovação.

Pelos dados apresentados, a safra de prefeitos que tomarão posse no dia 1 de janeiro de 2013 será a mais escolarizada dos últimos anos. Segundo o Valor Econômico, "cerca de metade dos eleitos (48,9%) conta com o ensino superior completo, maior índice já registrado". Para se ter uma ideia da evolução, em 2000, apenas 37,6% dos prefeitos tinham diploma superior. Em 2004, esse índice subiu para 40,8 e em 2008, para 43,9%.

Segundo o mesmo jornal, "é um forte aumento, ainda que os 48,9% de prefeitos diplomados ainda estejam bem longe da média dos deputados federais (78,7%), senadores (81,5%) e governadores (85,2%) eleitos em 2010. Por outro lado, a proporção de prefeitos com formação superior varia muito por Estado: das mais altas em São Paulo (60,9%) e Mato Grosso do Sul (65,8%), às mais baixas, no Amapá (31,2%) e Amazonas (32,2%)".

Esperamos que essa melhora na formação de nossos futuros gestores venha acompanhada de uma melhor administração de nossas cidades e no melhor uso do dinheiro público, porque até o momento, aqueles que já estão no poder e possuem diploma de ensino superior, tem demonstrado que isso não tem feito muita diferença na vida dos brasileiros pela existência, por exemplo, de casos de corrupção, carência de serviços básicos para a população e leis incoerentes frente às necessidades brasileiras.

Veja abaixo a geografia dos eleitos com diploma superior:

Fonte: Jornal Valor Econômico, edição de 19/11/2012, Página A9

Nenhum comentário:

Postar um comentário