sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A questão da utilização do eucalipto

Angelo Tiago de Miranda e Cassio Eduardo Fonseca

Ao viajarmos pelo Brasil temos observado em grandes porções do território a presença de florestas de eucalipto, conjunto de varias espécies vegetais do gênero Eucalyptus, utilizados principalmente para a produção de pasta de celulose e carvão vegetal. Vale lembrar que o eucalipto é um vegetal exótico, ou seja, não proveniente do território brasileiro e, como toda espécie “estrangeira”, uma vez inserida nos nossos ecossistemas elas podem causar um desequilíbrio ambiental, alterando, por exemplo, a teia de relações naturais existentes (ciclo hidrológico, fauna e flora, basicamente). Mas isso ainda é tema de polêmica entre os pesquisadores.

Uma das críticas que se costuma fazer ao eucalipto é que ele precisa de muita água durante a fase de crescimento. Isto foi não foi confirmado por pesquisas desenvolvidas recentemente, que têm mostrado não haver muita diferença entre o consumo de água de diversas espécies florestais e o eucalipto. Isso também é verdade em comparação com a agricultura: ele apresenta consumo parecido com o do café e menor do que o da cana-de-açúcar. Em países com pouca disponibilidade de água, como Espanha, Itália, Israel e Marrocos, grandes áreas estão sendo usadas para o plantio de eucaliptos, sem problemas. No caso de Israel, inclusive áreas de deserto estão sendo usadas para agricultura, depois do cultivo do eucalipto por períodos entre 20 e 30 anos.

De fato, o assunto do eucalipto é algo polêmico. Alguns defendem que a plantação de eucaliptos permite evitar o corte e abate de espécies nativas, para tais fins, pelo que seria uma opção adequada a terras degradadas, promovendo-se a economia onde são cultivadas. Outros, atacam dizendo que geram graves desequilíbrios ambientais, mas esta discussão parece estar chegando ao fim, porque hoje o eucalipto vem ultimamente sendo visto com outros olhos. Isso porque, muitas acusações contra ele vêm sendo sistematicamente desmentidas por pesquisadores que o estudam em todo o mundo.


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