quinta-feira, 13 de março de 2014

Impressionei-me pelas descrições

Assisti ao filme primeiro. Isso ocorreu em 2012, quando o eterno Harry Potter, Daniel Radcliffe, interpretou o jovem advogado Arthur Kipps no longa "A Mulher de Preto", homônimo livro escrito pela britânica Susan Hill.

Na época gostei do longa e me interessei pelo livro. Saí do cinema com o desejo de comprá-lo, mas como a sessão tinha começado muito tarde, a única livraria do shopping já estava fechada. Até hoje não entendo como as editoras deixam de faturar ainda mais, se fizessem uma parceria com os cinemas.

Defendo que filmes baseados em livros deveriam ser vendidos diretamente para o frequentador do cinema, numa espécie de lojinha dentro do cinema, ou por falta de espaço físico, isso poderia ser feito na área da venda de pipocas. A maioria dos filmes acaba sendo a porta de entrada de leitores que passam a se interessar pelo livro em que se baseou o filme e isso impulsiona a venda dos livros. O cinema poderia também fazer uma parceria com a livraria que existe no mesmo shopping em que ele está para que ocorresse a venda, ou a pessoa que assistiu ao filme baseado no livro, poderia conseguir um desconto no preço de capa apresentando o tíquete do cinema. Enfim...

Como eu escrevi no post anterior, a vida de professor impossibilita-nos, na maior parte, de assistirmos os filmes que passam no momento e de ler os livros que foram lançados no momento. Acompanho a maior parte dos lançamentos de filmes e livros, mas comentá-los faço isso muito mais tarde, devido o montante de atividades que eu tenho para dar conta como professor.

Com o livro "A Mulher de Preto", publicado pela editora Record, ocorreu um atraso de dois anos para que eu conseguisse ler a obra. Decidi ler o livro dias atrás, com uma brecha nas minhas atividades docentes. Comprei uma edição digital e passei a lê-lo, algo que me levou apenas alguns dias devido à boa qualidade da narrativa.


A história foi muito bem narrada, com muitos ingredientes que pertencem a bons livros de terror. O que me chamou a atenção foi o poder de descrição da autora. Descrição dos personagens, dos seus sentimentos, das paisagens, dos lugares por onde os personagens passaram e das situações de terror vivenciadas pelo protagonista, o jovem advogado londrino Arthur Kipps.

Kipps mora em Londres e é designado para ir até uma cidade no interior da Grã-Bretanha acompanhar o enterro de uma senhora que morava num local afastado da cidade. Além de acompanhar o enterro, o advogado deveria trabalhar na casa em que ela morava para organizar alguns documentos e remetê-los para o escritório que ficava em Londres, mas a partir do momento em que Kipps chega à cidade e coloca os pés na velha e sinistra casa localizada próxima a um brejo assustador, a vida dele passa por algo assustador e que o acompanhará por toda a sua vida.

A história foi estruturada cuidadosamente pela escritora. Todas as questões que envolvem os personagens, a casa e a cidade que surgem ao longo da história deixam o leitor preso ao livro. Uma por uma das questões e dos mistérios são respondidos, sempre de forma tensa, ao longo do livro.

E a tensão é algo que perpassa toda a história, da mesma forma que ocorreu no filme. O livro é sombrio, tenso e assustador. O resultado não poderia ser outro: despertar no leitor o medo. É tão satisfatório e agradável quando lemos algo tão bem escrito que desperta em nós a ansiedade, a tensão e o medo, sentimentos que os leitores de terror apreciam e buscam nas obras.

Acabei de crer que os bons escritores de terror pesam as mãos nas descrições, tudo para envolver o leitor e colocá-lo sempre numa atmosfera de apreensão, de ansiedade, de mistério e de suspense, antes de apresentar situações que o colocarão num estado de medo e que o desestabilizará por alguns segundos, horas e até dias! Isso seguramente "A Mulher de Preto" consegue provocar, como os bons livros de terror que eu li recentemente, como "O Cemitério", de Stephen King, "A Profecia", de David Seltzer e o "Horror em Amityville", de Jay Anson.

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