domingo, 8 de maio de 2011

Documentário "Tiros em Columbine"



Ontem fui à Livraria Cultura do Shopping Villa-Lobos e na sessão de DVDs me deparei com um título que há tempos estava buscando. Trata-se do documentário "Tiros em Columbine", do premiado diretor norte-americano Michael Moore.

Quando ocorreu a tragédia no colégio municipal em Realengo (Rio de Janeiro), no dia 07 de abril, veio em minha mente quase que imediato a lembrança desse documentário, já que podemos classificar o tiroteio ocorrido no Rio como o "Massacre de Columbine Brasileiro".

O massacre de Columbine, versão norte-americana, ocorreu num colégio no dia 20 de abril de 1999, quando os estudantes Eric Harris, 18, e Dylan Klebold, 17, mataram 12 estudantes e um professor antes de cometerem suicídio. O documentário aborda esse acontecimento tendo como pano de fundo a facilidade de se obter uma arma e munição dentro do território norte-americano.

A primeira cena do filme é emblemática. Moore se dirige até uma agência bancária e, ao abrir uma conta, leva para casa um rifle. Ao sair tranquilamente portando a arma, vai até um cabeleireiro e, enquanto ajeita o penteado, aproveita para comprar uma caixa de munição. Isso mesmo que você leu. As munições podem ser compradas em qualquer tipo de comércio, além de supermercados como o Wal-Mart.

O filme faz uma crítica quanto à maneira rápida e fácil de adquirir uma arma de fogo nos Estados Unidos e também questiona se há, de fato, necessidade da população civil andar armada. Uma das explicações abordadas pelo documentário é o clima de medo trazido pela imprensa e pelos políticos (lembrei-me dos programas policialescos como Brasil Urgente, São Paulo no Ar, Operação de Risco, Polícia 24 horas entre outros) e que levam os cidadãos norte-americanos a comprarem armas para se protegerem. Eles têm esse direito garantido pela Constituição.

Um grande número de armas de fogo circulando, aliado a um clima de medo e insegurança sendo completado com a "Guerra ao Terror" trazido pelo ex-presidente Bush, deixa qualquer pessoa em estado de suspeito, passível de ser morto ou ferido por um disparo de uma arma. Esses são alguns fatos que traduzem a triste estatística conquistada pelos Estados Unidos: a de ser o país onde há o maior registro de mortes ocasionadas por armas de fogo.

Coincidentemente, comprei o DVD bem no dia em que se completou um mês da tragédia em Realengo. O acontecimento de Columbine é bem semelhante ao do Rio de Janeiro. Aqui, há leis mais severas quanto ao uso e compra de armas de fogo, mas o acesso a elas se mostra a cada dia mais fácil. Ao invés de gastar milhões de reais novamente para promover mais um plebiscito como o que ocorreu em 2005, com o objetivo de consultar a população brasileira se ela é contra ou a favor da venda de armas de fogo, acredito que seja mais eficaz elaborar e colocar em prática um plano mais audacioso de fiscalização das nossas fronteiras, porta de entrada de entorpecentes, mercadorias contrabandeadas e, principalmente, armas e munições.

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